outubro rosa

'Fui valente. Não chorei', relembra professora aposentada que venceu o câncer de mama

Fotos; Gabriel Haesbaert (Diário)
Diagnosticada com câncer de mama, Clecy Denardin venceu a doença em 2000. Hoje, ela ajuda outros pacientes

Nada foi capaz de desbotar o brilho do sorriso da cirurgiã-dentista Fernanda Binato, 27 anos. Nem mesmo o diagnóstico de um osteosarcoma (câncer ósseo) que lhe custou a perna, tirou dela a felicidade. Pelo contrário, a dor acabou por aproximar a jovem de uma velha conhecida - a Liga Feminina de Combate ao Câncer, instituição que acolhe pacientes de câncer e fornece mantimentos e medicamentos. Na instituição onde sua mãe e avó já haviam sido voluntárias, Fernanda aprendeu a jamais se entregar. No período sombrio, um dos bastiões de Fernanda foi a professora aposentada Clecy Denardin, 86 anos, atual presidente da Liga, membro da instituição desde 2003 e vítima de câncer de mama três anos antes. Para Fernanda, a professora traz felicidade e forças aos pacientes, muito graças ao sorriso que carrega no rosto e ao amor que leva no coração.

- A Clecy é uma inspiração. Ela é uma mulher de garra e uma guerreira. Encantei-me pelo jeito dela desde a primeira vez que a encontrei. É um exemplo de mulher - elogia a professora que, neste mês, comanda mais uma campanha de Outubro Rosa pela Liga.

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Em 2000, Clecy foi pega de surpresa com o diagnóstico do câncer de mama. Ela precisou retirar a mama esquerda, mas enfrentou com a cabeça erguida:

- Quando fui diagnosticada, fui valente. Não chorei. Acho que, em nossas vidas, existem baixos e altos. É preciso ter força e esperança por dias melhores.

BAIXOS

Após 18 anos da vitória sobre a doença, 15 anos de Liga e 19 campanhas de Outubro Rosa, Clecy reconhece que é preciso, mais do que tudo, força para superar os problemas da vida:

- Receber a noticia que um paciente foi a óbito é algo difícil. Mas não podemos esmorecer porque temos outros pacientes que precisam de nós.

ALTOS

Em meio ao voluntariado, nada deixa Clecy mais feliz do que falar sobre a Liga e suas colegas. Ela se orgulha de dizer que "nem um cafezinho" consumido na sede da instituição é financiado pelo caixa do grupo, mas, sim, pelas participantes. Para ela, a força que hoje carrega veio por causa do grupo. Essa força, por sinal, é um dos ensinamentos que tenta transmitir a pacientes e voluntários.

- Ser voluntário é coisa de louco, você trabalha em prol dos outros e se sente realizada. O lucro emocional e afetivo é importante. Fazemos tudo sem ajuda governamental e contamos com grande apoio da comunidade. Temos um trabalho de formiguinhas - completa.

Clecy tem apoio de colegas como Ivone Behr (à esq.) e Maria Beatriz Andrade

COMPANHEIRAS

Uma das melhores amigas de Clecy e companheira de luta é a professora aposentada Amélia de Mello Cunha. Vice-presidente social da Liga, ela já acumula 20 anos na instituição e diz que a presença de Clecy inspira pacientes e voluntários.

- O trabalho da Clecy é de suma importância. As pessoas mais fragilizadas precisam de apoio, principalmente os doentes de câncer. A amizade e o companheirismo são fundamentais para o desenvolvimento de todo e qualquer trabalho - diz.

Com 20% de visão, voluntário ajuda outros deficientes visuais

É possível ajudar a luta das voluntárias da Liga Feminina de Combate ao Câncer com doações. Mais informações pelo telefone (55) 3223-7911.

*Colaborou Lorenzo Seixas

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